terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal

É com estes elementos que é feito este MUPI natalício:
  • "Só nós damos corda aos sapatos"
  • "Um cartão para renovar o guarda-roupa ou para os últimos preparativos de Natal"
  • "Saber que há coisas que são só portuguesas, não tem preço"
  • uma fotografia de um pai-natal com um manípulo de dar à corda nas costas e calçado com uns sapatos de ténis (ou sapatilhas, conforme a região...)
  • fotografia de dois cartões Mastercard
  • logótipo MasterCard.
Uma perguntinha só: alguém sabe explicar o sentido disto tudo?

sábado, 12 de dezembro de 2009

Super Bock

É tempo de este blog fazer um elogio público a quem decide os destinos da publicidade da Super Bock. É caso raro (ou único) em Portugal: a existência de uma linha contínua na estratégia publicitária de uma marca há pelo menos 15 anos consecutivos e mantendo sempre uma coerência gráfica e uma "frescura" de ideias (baseadas sempre em ironia, trocadilhos inteligentes e adaptabilidade a eventos ou épocas do ano). O efeito que provoca no espectador é sempre um sorriso e o pensamento: "depois de tanto tempo ainda conseguem inventar coisas novas?... como é que será o próximo anúncio?". Brilhante! Parabéns aos criativos! (e pronto... já é o segundo post a dizer bem...)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Saída de emergência em modo pixelizado

Não posso ficar muito tempo sem dizer mal (ver post anterior). Não vou dizer onde fotografei esta "coisa" mas posso dizer que este exemplar de sinalização de emergência é "belo" não porque foi desenhado por um designer, mas porque foi a empresa encarregada pela construção de um edifício "de referência" que o colocou.
E parece que estou a imaginar a conversa:
«Tá? ó Sr. Manel... quero encomendar 24 placas de saída de emergência aqui prá obra!» «Ó Sr. Eng.º... tá com azar que se acabaram, das boas só tenho 6» «e... não se arranja nada prá inauguração?» «tenho aqui umas que ninguém pega nelas, com um homenzinho defeituoso que está a arrastar um joelho p'lo chão e parece que se vê como nos ecrãs do teletexto, ou o que é... ah!... e não tem seta!» «não tem?» «não! tem um sinal de menor daqueles da matemática... tá a ver? aqueles de 2<3» «não faz mal nenhum! mande lá entregar isso...».

the guardian

Olá a todos! Cá estou de volta e hoje graças a uma amiga minha (e habitual frequentadora do design-city) que se queixou de que os meus posts são sempre a dizer mal. E não é que ela tem razão? Claro que sabe muito melhor mal do que dizer bem. Mas desta vez vou dizer bem! Pensando melhor o jornal The Guardian irrita-me muito!!! E irrita-me porque não tenho um único defeito a apontar. O jornalismo é de referência e o seu design é simplesmente brilhante! É o melhor jornal do mundo e mais nada! Apetece folhear e folhear e ler e ler! A culpa é de dois senhores: de Mark Porter (o seu art director) e de Christian Schwartz (o designer dos tipos de letra criados em exclusivo para o jornal). Vale a pena comprar um exemplar de vez em quando e "limpar os olhos". A gestão do espaço branco, das espessuras dos filetes, do uso das imagens é tudo do melhor! E pronto... já disse bem de alguma coisa.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

love is in the air

Eu sei que o tema das eleições está "fora do prazo" mas deparei-me com este cartaz nas ruas de Lisboa e não resisti.
A ideia do coração enquanto símbolo visual a substituir uma palavra ou um conceito é muito antiga mas funciona sempre. Só queria era dar um conselho a quem usar corações da próxima vez: se o colocarem entre as fotografias de duas pessoas – por muito forte que seja a mensagem escrita a ele acoplada – a primeira impressão que fica é: "a pessoa da esquerda ama a da direita". De qualquer modo é sempre bom ver manifestações de amor pelas ruas da nossa cidade...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Pingo Doce

Eu sei que já toda a gente disse mal – pelos fóruns e Facebooks e outros lugares – da nova campanha publicitária do Pingo Doce na televisão. Que a nova agência de publicidade (nova em Portugal) é manhosa. Que já têm saudades das "receitas do sítio do costume". Toda a gente diz que a música de fundo é antiquadíssima e parece do festival da canção, que a mulher que a canta tem uma voz irritante, que os planos são dos anos 80, e que o gesto que todos os intervenientes fazem no spot é horroroso. Mas este gesto ainda se torna mais estranho nos anúncios impressos.
Vejamos com atenção: o que é que aqueles 3 personagens estão a fazer com as mãos?
a) estão prestes a consultar as cábulas escritas nas palmas das mãos;
b) estão à espera que o desinfectante para a Gripe A que acabaram de besuntar nas mãos seque;
c) estão a chamar o espectador para ir com eles dar uma voltinha pelos corredores escuros do armazém do supermercado (repare-se bem no ar «malandro» delas e dele);
d) estão a fazer uma espécie de gesto religioso;

Aceitam-se outras interpretações...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CNE

Peço muito desculpa a todos os candidatos a autarcas por esse país fora por tudo o que disse e pensei sobre alguma da má qualidade dos seus cartazes e outdoors.
E foi exactamente este MUPI da Comissão Nacional de Eleições que me fez arrepender.
Para quem o não viu nas ruas ofereço-vos este exemplo maravilhoso de sensibilização e apelo ao voto que faz com que até aquele que nunca votou vá a correr no domingo às urnas. Tenho a certeza que é o exemplo mais horripilante que eu vi até hoje de sensibilização do que quer que fosse.
Do lado direito fiz o favor de vos mostrar grandes planos dos protagonistas desta obra de arte com as suas bonitas expressões (de qualquer modo esta é daquelas imagens que vale mesmo a pena clicar em cima dela para a «apreciar» em formato maior).
Alguém me explica o que se passa pela cabeça dos senhores da CNE?!?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Força aí!

Eu sei que há magníficos exemplos de cartazes para as autárquicas, mas este apareceu de repente à minha frente neste fim-de-semana e – por mais que me tente abstrair da ideia – não consigo deixar de associar o "Conto com a sua força" com a posição "esforçada" do protagonista do outdoor. E deixo os comentários a quem o quiser fazer.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Photoshop


Esta vai ser curta. Bom... já toda a gente, nos dias que correm, sabe o que é o Photoshop. Já toda a gente sabe que anúncios com fotografias que comparam «o antes e o depois» (rugas, gorduras, borbulhas) são feitos em 5 minutos no Photoshop. Mas mesmo assim: porque raio é que a parte da testa da menina que tinha antes borbulhas foi parcialmente cortada no enquadramento da grande foto que é suposto ser o depois? Mistérios dos publicitários...

Fotografias de grupo


Andava há que tempos à procura de um cartaz político com mais de uma pessoa e cuja fotografia fosse realmente tirada com as pessoas todas juntas. É que são invariavelmente umas montagens muito mal feitas: com fotos tiradas de ângulos diferentes, de cores diferentes, umas focadas outras desfocadas, enfim... trabalho amador!
Finalmente encontrei. Até que enfim, sim senhor. Uma única fotografia de estúdio. Com as duas pessoas lá! É verdade que está cada uma a olhar para seu sítio e até parece que um está com os pés um pouco mais acima do que o outro... mas isso até pode ser artístico.
Mas o melhor de tudo é a iluminação vanguardista que o fotógrafo usou. Devem ser uns focos de luz potentíssimos pois conseguem fazer aquelas sombras muito carregadas e dramáticas que tanto valorizam um cartaz e sobretudo... porque conseguiu que as sombras do Paulo Portas estivessem do lado direito (de quem olha para ele) e as da Teresa Caeiro estivessem do lado esquerdo!!! Ainda vou tentar saber como é que isto é feito! É genial...

sábado, 29 de agosto de 2009

Slogans com múltiplas mensagens

Gosto de mensagens com duplo sentido. Fazem-nos parar para pensar nos seus significados e como foi engenhosa a construção da frase. O meu slogan favorito nesta "linha de pensamento" surgiu na campanha publicitária da Swatch de 1995 e era: Swatch – the others just watch. Brilhante!
Pode dizer-se que o slogan da campanha autárquica presente na foto acima é quase tão brilhante! Vejamos: "saber amar" /"saber a mar" é um trocadilho giríssimo e superoriginal e tão adequado a Cascais!... Já quase ninguém se lembra de um cover dos Delfins – que por acaso até são do mesmo município – "saber amar é saber deixar alguém te amar" e parece que houve uma novela na TVI passada num zoo marinho denominada "Saber Amar". Portanto originalidade total (quase tão bom como o repetidíssimo slogan "faz impressão" ou "fazemos impressão" de inúmeras empresas gráficas em Portugal).
Mas o rasgo de génio nem reside tanto aqui. "Cascais vai saber amar" é que é! Pode ler-se de inúmeras maneiras: Cascais vai saber a mar (porque no presente sabe a esgoto) / Cascais vai saber amar (a candidata) / Cascais (a autarquia) vai saber amar (e não sabe porque nunca esteve apaixonada) / Cascais (os munícipes) vão saber amar (e não sabem porque nunca estiveram apaixonados) / Cascais (a autarquia) vai saber a mar (para isso os vereadores vão dar um mergulho à praia e não tomam banho durante uns dias), entre tantas outras interpretações que o eleitor queira fazer...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Alto contraste

Bem: vamos lá a ver se o pessoal percebe bem este outdoor do novíssimo "mms" (partido ou movimento patrocinado por todas as operadoras de telemóvel do país...).
Por um lado temos a mensagem escrita, de tom irónico, um pouco à Bloco de Esquerda, que até pode ter piada mas que não é objecto de análise.
O que realmente nos interessa é o tratamento fotográfico de alto contraste (à maneira do famosíssimo cartaz do Che Guevara). Este "mms" diz-se equidistante dos 5 maiores partidos e quer ver os seus líderes na Conchichina mas não é verdade. De facto este movimento tem uma certa simpatia pelo Jerónimo de Sousa e pelo Francisco Louçã, uma vez que os seus altos contrastes até estão bem feitos. Já do José Sócrates (inclusivé) para a direita (Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas) o ódio deve ser mesmo visceral pois as suas fotos são absolutamente inenarráveis.
Para os senhores que resolveram fazer este belo trabalho, tenho a dizer o seguinte: lá porque o efeito aplicado no Photoshop é o mesmo não quer dizer que nas 5 imagens o resultado seja equivalente. Depende de variadíssimos factores e todos eles residem na foto original (a cores ou a preto e branco): resolução, localização das luzes e das sombras, qualidade da iluminação, quantidade de meios tons, entre outros.
Se não desse um bom resultado em determinada imagem então faziam o favor de experimentar com uma outra.
Eu não queria falar muito de política, mas é inevitável...

Obrigado TVI

Fantástico! Nem acredito que a TVI tenha emendado o erro do logótipo do seu «Diário Da Manhã», objecto de crítica neste blogue em post de 23 de Abril (http://design-city.blogspot.com/2009/04/escrita-em-estilo-dentes-de-serrote.html) para «Diário da Manhã»!!!
Estou abismado e curvo-me com respeito e admiração perante tal atitude.
Gosto de imaginar (ou melhor: o narciso dentro de mim gosta de imaginar) que eles o mudaram por causa do que foi dito aqui. Mesmo que eles não façam a mais pequena ideia que este blogue exista... As pessoas que cometem erros não me fazem qualquer confusão! As que não os admitem é que sim! Parabéns senhores que, atempadamente, repararam esse atentado escrito em estilo Dentes De Serrote.

sábado, 15 de agosto de 2009

Mão... por ti!

Finalmente consegui! Já há vários anos que tento fotografar sem sucesso a sinalização pintada na estrada no final da A2 para diferenciar as duas saídas possíveis para a Via do Infante: Faro ou Portimão. Desta vez consegui!!!
É fantástico o princípio que orientou o decisor desta obra-prima da comunicação: como a palavra Portimão não cabe na largura da faixa de rodagem, vamos lá parti-la ao meio e já que o condutor está mais perto da segunda metade da palavra, vamos trocar a ordem das partes, para que o condutor leia primeiro "Porti" e depois "mão".
Só é pena que o condutor fique perante uma charada porque, de facto, lê-se sempre a unidade de informação como um todo e, até ver, lê-se sempre da esquerda para a direita e de cima para baixo (no mundo ocidental, pelo menos). MÃOPORTI pode ser um quebra-cabeças para o condutor mais distraído.
Para o autor destas palavras resulta sempre numa sonora gargalhada... boas férias!

sábado, 11 de julho de 2009

marte ataca


Os cartazes de campanha política são alvos fáceis, eu sei, mas também são irresistíveis. Portugal está inundado com este outdoor e ele persegue-me em todas as esquinas. Não consigo decidir o que me fascina mais: 1) se é a colagem forçada de uma fotografia de estúdio (do sr. primeiro ministro) numa fotografia de rua de multidão do sexo feminino; 2) se é o facto dessa mesma multidão estar estrategicamente desfocada e o protagonista estar impecavelmente focado; 3) se é o ar "derretido" com que a jovem colocada à esquerda observa o Sr. Eng.º (mas se é uma colagem, ela estaria a olhar para onde?...); 4) se, finalmente, é o facto de esta jovem ser afinal uma alienígena, muito provavelmente do planeta Marte, já que toda ela tem uma coloração verde!
Parabéns ao criativo que deve ter querido dar as cores da bandeira a este magnífico exemplar de propaganda política, mas... que se esqueceu que pela disposição das cores e pelas suas proporções quando muito conseguiu dar a ideia da bandeira nacional... de Itália.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Erasmus para tod@s


Para não dizerem que só digo mal dos outdoors do PSD, aqui fica uma das pérolas do PS (ou melhor, dos jovens socialistas). Não vou falar do TGV, que é um tema muito delicado. Vou falar do Erasmus. O Erasmus que a JS quer é só para as mulheres!
Ao substituir uma letra por "at" (ou "arroba") no meio de uma palavra é absolutamente impossível ler-se @ como "o". Será sempre um "a".
Daí que um dos slogans do outdoor seja: Erasmus para todas! Eu não acho mal, mas... porque é que os estudantes do género masculino não podem ir estudar uns meses para fora de Portugal?...
Ah! Já agora: 1º emprego não se lê "primeiro emprego", mas sim "um grau emprego"! Façam favor os senhores e as senhor@s de Portugal: quando escreverem numerais (1.º lugar, 12.º ano, etc.) façam o favor de colocar o ponto final a seguir ao número, ok?

domingo, 24 de maio de 2009

Di! Di! Di! Dizáin...

Todos nos lembramos do sketch do Gato Fedorento onde Ricardo Araújo Pereira tenta desesperadamente dizer a alguém muito conhecido: "Pe! Pe! Pe...quenas e médias empresas."
Pois eu sinto-me como ele! Já não aguento mais!
Chega de "zain" para aqui e "zain" para ali.
É na rádio, é na televisão, é em todo o lado. Não percebo de onde vem esse "".
É uma espécie de vírus que se espalha rapidamente.
É: "di"! "di"! "di"! "diiiiiiiiiizáin" (o modo com se pronuncia a palavra design, é claro...).
E não me vou estender mais. Se quiserem podem ir ao Ciberdúvidas da Língua Portuguesa em:
http://ciberduvidas.sapo.pt/pergunta.php?id=1728

domingo, 17 de maio de 2009

Vota PSDV


Não! Não vou comentar as fotografias dos outdoors do PSD. Vou resistir até ao fim.
Posso comentar o design. Isso posso. Tipo de letra bem escolhido: Neo Tech. Tal como, pelo menos, em 70% dos trabalhos gráficos dos últimos tempos em Portugal (Sebastian Lester, o seu autor, agradece, ou talvez não). A sua irmã – Neo Sans – arrecada 25% dos restantes trabalhos. É o que foi a Dax há uns anos atrás. Mas não era nada disto que eu queria dizer. O que eu queria dizer era que o logótipo destes outdoors cumpre na perfeição um princípio do design de comunicação que é o seguinte:
"Se tu quiseres colocar um ícone figurativo que se pareça com uma letra no meio de uma palavra e se quiseres que ele se leia como essa letra certifica-te que ele é pintado na mesma cor das letras da palavra e que tenha a mesma espessura de traço e que se assemelhe ao seu desenho". Parabéns ao designer que conseguiu divulgar com eficácia a imagem institucional desse grande novo partido que é o PSDV.
Claro que o mérito também tem que ver com aquele desenho estilizado que se parece muito vagamente com uma mão de "vitória": como é vago, lê-se muito melhor o "V". "Bem imaginado", diria...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sombras e legibilidade

Malta que usa "drop shadow" em tudo o que faz: vamos lá a ver se a gente se entende!
Em primeiro lugar quando um texto é mais escuro do que o fundo – exemplos 1 e 2 – a aplicação de uma sombra não melhora a sua legibilidade. Pelo contrário.
Do mesmo modo, quando um texto é mais claro do que o fundo – exemplo 3 – a aplicação de "glow" também não ajuda nada.
A utilização de uma sombra é particularmente útil quando o texto se sobrepõe a um fundo cujo grafismo tem grandes variações de luminosidade – exemplo 4. Aqui sim: a legibilidade melhora muito!
Se se quisesse, ainda assim, aplicar um efeito destes (no anúncio mostrado) com a intenção de melhorar a legibilidade teria sempre de se contrariar o contraste do texto sobre o fundo: se as letras são laranja sobre fundo cinza claro, a única maneira de melhorar seria aplicar uma cor mais clara do que o fundo (branco, por exemplo, em efeito "glow") – exemplo 5. Tenho dito.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Escrita Em Estilo Dentes De Serrote

A TVI Gosta De Inovar Sempre E Presenteia-Nos Com Esta Maneira Peculiar E Movimentada De Começar Sempre As Palavras Com Caixa-Alta (Maiúsculas, Para Os Mais Distraídos...) Inclusivamente Artigos E Proposições Nos Seus Logótipos De Programas.
Gostei De Ver...

domingo, 12 de abril de 2009

De que cor será o meu hotel?

Consegui finalmente ir a Évora e fotografar o trabalho de sinalética que eu mais gosto de referir, que é o das placas de orientação turística (hoteleira) da cidade.
Quem está prestes a entrar na lindíssima Évora vindo de Lisboa, por exemplo, se estiver a procurar um determinado hotel, depara-se com a placa mostrada mais à esquerda e fica a saber que: à direita tem a "PENSÃO Mte. DAS FLORES" e que em frente tem "HOTÉIS" escrito 8 vezes, cada uma com um círculo de cor diferente. Alguém percebe o que significam as cores? Nem por isso... serão categorias? não 8 categorias seriam demais. Ao longo da toda a cidade encontrará outras placas tão esclarecedoras como esta, como se pode ver na imagem... Alguém me disse há já algum tempo que estas cores significam zonas geográficas da cidade. Ah!... faz algum sentido mas... se não existe nada que nos ajude a descodificar este código ele deixa de fazer sentido! E... 8 zonas geográficas para Évora? Mesmo se tivesse o código, o visitante iria ficar mais elucidado com a cor do círculo, sobretudo quando vai a conduzir? Claro que não.
O nome do hotel e a sua direcção é a única coisa que um condutor tem tempo para ver numa placa de orientação. Bastaria isso para uma boa sinalização: simples e eficaz.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

resposta ao comentário do post anterior

o cotovelo é, de facto, dispensável: aqui ficam duas alternativas.

terça-feira, 24 de março de 2009

pictogramas 4

Correndo o risco de passar a imagem de que sou obcecado por pictogramas (o que não é verdade) aqui segue um "fresquinho" fotografado hoje nas estação de comboios do Cais do Sodré.
A imagem da esquerda nada tem a que ver com o assunto. É um dos melhores símbolos que eu conheço, o do gigante da indústria farmacêutica Merck Sharp & Dhome. Ele está aqui porque é um bom exemplo do uso de um artifício gráfico relativamente comum, que é a subtracção das partes sobrepostas de duas formas, que aqui resulta muito bem.
Onde este artifício não funciona muito bem é no desenho do senhor que vai a descer as escadas, que deve ter caído noutras escadas quaisquer e teve de enfaixar o seu cotovelo e… já agora: porque é que o membro superior esquerdo só tem antebraço, uma vez que o direito tem direito a antebraço e braço? Mas onde é que esta malta vai desencantar estes pictogramas?

domingo, 22 de março de 2009

Silva


Aqui apresentamos uma curiosidade. A imagem gráfica desta transportadora é composta com um dos primeiros tipos de letra portugueses, Silva, que era um dos tipos presentes no saudoso catálogo de letras decalcáveis da Mecanorma.

quinta-feira, 12 de março de 2009

logótipos bonitos 1

Confesso o meu fascínio por este bela e singela imagem de marca de uma cadeia de lojas de brinquedos, rival directa do toys'r'us e que, pelos vistos, é originária da Galiza. Gosto do desenho do tipo usado que é baseado na forma dos ovos de galinha (deve haver aqui uma mensagem escondida que me está a escapar...). Gosto também da associação cromática das letras duas-a-duas que muito ajuda as crianças a aprender a juntar sílabas: a sílaba "ce", "nt", etc... Gosto especialmente da sequência das sílabas "ro"+"xo" que, por serem em duas cores próximas no círculo cromático se associam visualmente, oferecendo-nos uma segunda palavra ("roxo") de bónus, que como toda a gente sabe é a cor mais usada nos brinquedos dos pequenos! Eu sei que "roxo" não deve querer dizer nada em galego, mas não deixa de ser uma coincidência infeliz... Para abrilhantar o conjunto temos um "catálogo" de efeitos, a saber: brilho no interior das letras, contornos a branco e, finalmente, sombra. Bllarrgghh!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Brasileiros com sorte

O pessoal do Brasil tem imensa sorte!
Quem estiver no Rio de Janeiro, e more perto do Pão de Açúcar, se subscrever o serviço anunciado do "ctt finança", ganha inteiramente grátis um kit completo (vídeos, aparelhos, entre outros) de "como fazer crescer o seu pescoço, permitindo uma inclinação para a frente de 45º e, ao mesmo tempo, uma rotação para a esquerda de (também) 45º, mantendo o tronco fixo". Para as pessoas mais cépticas oferecem ainda um voucher com 20 sessões de uma hora num "mestre endireita" local.

Nota: quem gostar destas aventuras de Photoshop, recomendo o blogue http://photoshopdisasters.blogspot.com/

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

pictogramas 3

É giro este pictograma de casa de banho de homens embora seja um plágio do das casas de banho da Expo98 (da autoria de Shigeo Fukuda [e de um outro concorrente ao concurso para o sistema de pictogramas da Expo – que usava a mesma ideia-base do laço para mulheres e papillon para os homens – Luís Carrôlo]).
Espera lá!... Ah!... Não é nada plágio! Afinal é o das ladies. E faz sentido: os homens usam gravata e as senhoras usam papillon!...

pictogramas 2

Mais uma lição sobre pictogramas. Desta vez uma lição sobre como desenhar bem com vectores, como ter várias maneiras de fazer cantos (corner points), e como unir um braço a um corpo. Como diz o slogan do Jumbo (de Cascais, já agora...) "PORQUE VOCÊ MERECE MAIS, se vier às nossas casas de banho, decepamos-lhe um braço".

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

pictogramas 1

Chegou a hora de divulgar uma das pérolas do desenho de pictogramas em Portugal (mais virão). Foi no McDonald's de Oeiras que tirei esta fotografia. E é uma pérola porquê? Bom… primeiro pela mensagem escrita que é peculiar, embora a proximidade da praia de Santo Amaro o justifique. Depois, temos o magnífico pictograma que deve ser atentamente analisado:
I) a cruz vermelha, em vez de estar à frente, está atrás, como se o personagem estivesse encostado a uns andaimes, ou a qualquer coisa semelhante;
II) o homem tem ambos os braços decepados e em locais diferentes (afinal não são andaimes mas sim duas lâminas afiadíssimas…)
III) o desenho do homem está feito com 3 (três!) estilos de desenho distintos – cabeça ("síntese por nivelamento", em silhueta pintada com cor plana); tronco e membros (estilo "radiografia" em alto contraste com desenho das formas/músculos em negativo, também sintetizadas (embora o seu braço esquerdo tenha uns músculos menos geometrizados em comparação com os do tronco) e calças (um alto contraste mas agora a partir de uma fotografia realista).
Pode concluir-se que é um curso intensivo das várias tipologias para desenho de pictogramas a uma cor. Bravo!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

vale tudo em publicidade. phone-ix, meo!

Sabemos que em publicidade vale tudo para chamar a atenção. Que a primeira vez tivesse sido na sala da minha avó até tem piada, mas com o pessoal da turma é capaz de ser de mau gosto! E não tem nada que ver com puritanismo. Acho é que o "pessoal da agência" está com falta de ideias e opta por trocadilhos brejeiros "à Quim Barreiros".

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

influence and coincidence

Musée d'Orsay, Paris | Ministério da Cultura, Lisboa | Morais Construções, Viseu (?).
Influência, coincidência, quem sabe?

sábado, 31 de janeiro de 2009

a gralha do milénio

Pois é! Passa despercebida mas existe, de facto, uma gralha no logótipo do euromilhões!
Em vez de um til o "õ" tem um acento circunflexo (ô).
E não se pense que é do tipo de letra. O tipo usado é o Flux (embora algumas letras tenham sido ligeiramente modificadas) e o til deste tipo é sinuoso, como se pode comprovar no exemplo em baixo.
Fantástico, não?

Abreviaturas, parte 2

Este post complementa o anterior. É um centro comercial em Braga. É preciso comentar?...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Abreviaturas e preposições

Desta vez quero partilhar alguns dos meus ódios de estimação.

O primeiro é o que sinto pelas abreviaturas. Portugal é o seu país. Usa-se e abusa-se. É para poupar espaço, dizem-me. É o caso de "de seg. a sex." ou de "C.tro Com. da Tv. das flores". Nas placas das estradas ainda não consegui fotografar (mas um dia conseguirei) o melhor exemplo de todos que é: "Rib.ra de V.le Fig.ra". Mas porque é que as palavras não são escritas inteiras?
Ninguém consegue explicar aos peritos das Estradas de Portugal que se podem escrever as palavras como elas são? Se não tiver espaço na placa, das duas uma: ou diminui o corpo do texto ou aumenta o tamanho da placa!...

O segundo ódio de estimação é pela tendência de reduzir o tamanho dos artigos e preposições (a, o, de, da, do, dos...). Ninguém poderá explicar aos mesmos peritos que ao reduzir as quantidades menores de informação o olhar é atraído, precisamente, para elas?
Quando os artigos e preposições são do mesmo corpo do resto da informação, elas passam despercebidas!... Assim não...

português não é chinês


"Impossible is nothing" é um dos melhores slogans de sempre, mas duvido que a malta da Adidas gostasse de ver esta aplicação presente num armazém, em Cascais, que é mais um impossible is reading.
Já os arranjos de roupa, na Rua de Campolide, em Lisboa, fazem as delícias dos decifradores de enigmas. De facto, os ocidentais não lêem como os chineses.
Num suporte muito estreito, qual é a dificuldade em compor as letras da esquerda para a direita (como é suposto...) e em depois rodar o conjunto a 90º, tal como no bem resolvido "women's secret" (da Rua Garrett, em Lisboa)?
Preguiça? Desconhecimento?

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

eu não me faço em mim com nada

Desta vez não vou dizer mal do tipo de letra (que por acaso é péssimo) mas da mensagem.
"Não se faça em si com fome" é o slogan deste anúncio a um restaurante chinês no Estoril.
Está colocado nas traseiras do mesmo (na Avenida dos Bombeiros, já agora...) e é um óptimo convite à capacidade de descodificação de uma língua desconhecida.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

sinalética ou segurança?


Shopping OeirasParque. 14.30h de um sábado qualquer. Bexiga repleta e necessidade imediata de alívio. Olho em redor à espera de uma luz. Placas de sinalização? onde? uff! estão ali. Símbolo de casas de banho: ali! Hum… vou para a esquerda?… direita?… esquerda e direita?… então!? direita ou esquerda?...
(...) depois de 15 minutos à procura da "casinha", tenho de ir apanhar o comboio "SatuOeiras" (que raio de nome). Agora tenho a certeza: é para a esquerda!!! A placa até tem duas setas inequívocas nessa direcção, se bem que... do lado direito tem uma seta fininha a apontar para a direita! bolas!... bem... o melhor é perguntar ao segurança!...

gelados no microondas


Desde que vi esta máquina de distribuição de comida no Metro de Lisboa que me apetece partilhá-la com toda a gente. Deve ler-se atentamente o texto e comparar com os produtos disponíveis. Unbelievable.

acessibilidades


primeiro post!

Ah! Não há nada como o primeiro...
Explicação do nome: design-city surgiu como quase tudo... sem explicação. Podia ter sido design-in-the-city mas assim ficou…
Quis criar um blogue para dizer bem ou mal do design gráfico que nos rodeia. O que eu já fazia em algumas das minhas aulas.

Começo por um anúncio vislumbrado no interior de uma carruagem de um comboio da linha de Cascais.
> Como é que uma mensagem a promover a acessibilidade pode utilizar um tipo de letra tão quadradão e com um ar inacessível, que é qualquer coisa entre o género "há pipis" (nome criado pelo meu professor das Belas Artes, Aurelindo Ceia) e algo que parece tirado do grafismo da revolução russa?
"out of time" ou "tiro ao lado"?