quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mafra subtraído

Eu sei que tenho sido muito pouco assíduo neste blog.
Foi por isso que quis acabar 2010 com um post de «luxo».
Há anos que sou fascinado por esta placa de auto-estrada (de sinalização turístico-cultural / património). Já falei dela publicamente inúmeras vezes, mas nunca a tinha conseguido fotografar.
Consegui hoje e aqui está ela. Ela existe na A8 e é suposto promover a visita a Mafra.
A razão do meu fascínio tem directamente a ver com a subtracção de toda a ala Norte da fachada do Palácio de Mafra, o que é genial. Será que desapareceu devido a um truque de magia? Será que quem desenhou semelhante coisa achou que não era necessária, uma vez que era simétrica à ala Sul?
Aceitam-se outras sugestões.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Aeroporto

Há muito tempo que este MUPI me anda a aborrecer!
A MasterCard já é repetente neste blog (ver http://design-city.blogspot.com/2009/12/natal.html).
A imbecilidade continua.
A frase «UM BELO AVIÃO» e a fotografia de uma menina (Ana Rita Clara, já agora) é de um fino recorte. É claro que lá tem um aviãozinho no plano do fundo, para disfarçar, mas… de nada serve.
O slogan anexo ao principal então, é do melhor: «
Um cartão para uma viagem de sonho ou para se produzir». Associa duas ideias de um modo tão atrapalhado, sei lá, faltam-me as palavras de tão mau que é.
Para finalizar, outro slogan maravilhoso (igual ao do post referido anteriormente):
"Saber que há coisas que são só portuguesas, não tem preço".
Mas de que raio é que eles estão a falar?!?!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

11h30 e o Sol não está a pino

Sabem aquela cena do sol? Que teimosamente repete o mesmo todos os dias? Nasce a nascente, ao meio-dia está por cima das nossas cabeças e põe-se a poente? Sabem não é?
Pois... mas os criativos da Guimarães 2012 não!
Os algarvios passaram-se com o facto de Portugal estar repleto de mupis a dizer que em Agosto de 2012 as praias do Algarve vão estar vazias pois o «people» vai estar em Guimarães por causa da Capital Europeia da Cultura.
Eu e o meu amigo Nuno (obrigado pela dica) passámo-nos foi com a fotografia, que ilustra uma praia algarvia às 11h30 da manhã... Vazia, é um facto, mas simplesmente porque não são nada 11h30, mas para aí umas 7h00 (quando o «people» está a ressonar ainda), como se pode comprovar pela luz e pelas longas sombras! Brilhante!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

beautiful logo

No comments… (restaurante em Tavira).
Convém clicar para ver o trabalhinho na sua plenitude...

Letras trocadas "originais"

Pior do que colocar letras ao contrário em "flip horizontal" (ver post anterior) que resultam em ficarem com o seu contraste trocado (partes mais finas onde deviam estar as mais grossas e vice-versa) é desenhá-las originalmente desse modo. Indesculpável!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Letras ao contrário (parte 2)

Na sequência do post anterior, existe um outro modo de inverter letras irritante, que é fazer um "flip" horizontal. O mesmo senhor Agostinho também não consegue ver a diferença entre colocar um "A" de frente ou de costas, argumentando que é uma letra simétrica, por isso tanto faz. "Não é tanto faz, não senhor. Não sei se sabe mas o contraste de um tipo de letra – que é a diferença de espessuras entre as partes mais finas e as partes mais grossas – é atribuído de um modo natural e decorrente da escrita caligráfica, como pode ver no exemplo «ABC». Ao colocar-se uma letra simétrica que seja simétrica em relação ao eixo vertical (A, V, M, W, O, etc.) se a colocar de costas, as relações de contraste fino/grosso ficam adulteradas e a letra não parece natural, como pode ver nas palavras AVE vermelha e preta. Vá: tire lá esse A de ARTE e coloque-o de novo, agora de frente, ok?"
(Esta fotografia, já agora, foi tirada na Rua Augusta)

domingo, 15 de agosto de 2010

Letras ao contrário (parte 1)

É pá! Isso é que não!... Se há coisa que me tira do sério é não explicarem aos senhores que colocam letras recortadas individualmente que há uma orientação própria para cada letra.
"Não senhor Agostinho (nome inventado)... a letra S de Santander Totta não se pode colocar de pernas para o ar e não se lê do mesmo modo, como o senhor defende!!! Não sei se sabe mas as formas de cada letra desenhadas na parte de cima (hemisfério norte, digamos...) têm mais peso do que as colocadas na parte de baixo... os senhores designers que desenham letras conhecem bem esse fenómeno visual e então passam a vida a contrariá-lo, desenhando as formas de cima menores que as de baixo... e mais: qualquer forma colocada ao centro geométrico da altura parece descaída... portanto além das formas menores em cima eles desenham o centro um pouco acima do meio da altura, dando assim a ilusão de que a parte de cima é igual à parte de baixo, em letras como o S, o B, o E, o K e o H. Faça o favor de tirar esse S, de o rodar 180º e de colocar como deve ser".
(esta fotografia foi tirada em Tavira, já agora)

Desisto


Pronto! Desisto. Cartazes turísticos sobre o Algarve, o Expresso, e outros tantos casos que não consegui fotografar usam as palavras partidas... É mesmo fashion partir palavras, com ou sem nexo, com ou sem hífen. O problema deve ser mesmo meu! Nunca mais venho dizer mal desse assunto. Vou ter de começar a fazer o mesmo (ou talvez não)...

sábado, 31 de julho de 2010

Water Closet

Mais um post com uma foto que não é minha (obrigado SM).
Mais uma pérola de sinalética urbana (desta feita algarvia).
Alguém se atreve a interpretar os seus segundos sentidos?
Só queria adiantar que até no mau design a mulher continua a ser discriminada.

(Tenho pena de há long time ago, e também no Algarve, eu não ter podido fotografar o sinal de trânsito mais «original» que já vi, que era exactamente um sinal de Stop que em vez de ser octogonal, era hexagonal...)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Woody Woodpecker

É pena não ter sido eu a tirar esta fotografia (um obrigado ao João Gonçalves) de uma ementa (até porque nem estou de férias), mas serve para inaugurar a época de Verão.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Letras manuscritas

Quem me conhece sabe que eu e os tipos a imitar letras manuscritas não nos damos muito bem.
Tudo tem a ver com o facto irritante de todas as letras serem iguais entre si – coisa impossível de acontecer quando escrevemos à mão (conforme tenho defendido, se se quiser uma ou duas palavras escritas à mão, escrevam-se à mão [como o próprio nome indica], digitalizem-se e coloquem-se nos trabalhos de design...).
Ainda assim é difícil vivermos sem estes tipos script sobretudo em convites de casamento e em ementas de restaurantes finos, ou com pretensões a tal). No entanto, é preciso saber usá-las! O desgraçado do type designer gasta o seu suór a desenhar as terminações de cada letra de modo a que elas encaixem na perfeição umas nas outras, simulando assim a caligrafia. Por isso mesmo é criminoso espacejar o texto (com tracking positivo ou negativo) conforme se pode ver no "belíssimo" logo do Garrett 29 (prédio de luxo cujos apartamentos estão à venda por 1 milhão e trezentos mil euros cada).
Já que falo nisto: as maiúsculas em letra manuscrita só podem ser usadas no início de frases ou em nomes. Nunca, mas nunca, escrevam palavras manuscritas em caixa-alta, por favor!...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Vi vam as pala vras par tidas

É impressão minha ou há cada vez mais a tendência de em títulos ou slogans
PAR
TIR AS PA
LAVRAS?
Assim como, por exemplo, na exposição
VIVA
A REPÚ
BLICA.

Se um cliente me pedir para fazer o meu próximo cartaz ou capa de livro com palavras partidas vou dizer-lhe que LA
MENTO
MAS TENHO MUITO RES
PEITO PELAS PALA
VRAS COMO UNI
DADES DE INFOR
MAÇÃO E QUE
DEVEM
SER LIDAS
COMO UNIDADES!

Pode ser giro e modernaço e isso tudo mas...

"
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!" (José Régio)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Expandidos totais


Bom! Depois de alguns condensados à pressão, serve o presente post para condenar à morte os expandidos à pressão.
Caramba! Quando um tipo (eu, por exemplo) tem de fazer 4 anúncios iguais para 4 publicações diferentes, eles na realidade não são iguais: cada jornal ou revista tem dimensões particulares dos seus anúncios, como é fácil de perceber. É preciso ter um design comum aos 4, mas cada um deles tem de ser adaptado a cada formato: estica ou encolhe o fundo de um lado, amplia ou reduz a mancha de texto ou as imagens, enfim, é um trabalho aborrecido mas necessário.
Posto isto, devo dizer que fico perturbadíssimo quando se coloca à minha frente um anúncio que foi ou condensado ou expandido como se de borracha se tratasse.
Neste anúncio publicado no Jornal Público, o original com certeza não cabia nas medidas do jornal e "bora lá esticar isto para caber"!
O tipo de letra ficou expandido (também não se perdeu nada porque é Arial), as pessoas ficaram achatadas (como se estivessem em frente a um daqueles espelhos côncavos ou convexos) e pior de tudo: os logótipos ficaram adulterados. Pelo exemplo mostrado em baixo o logótipo/marca «IQnet» que deveria ser circular ficou elíptico.
Nem sei como é que não há pedidos de indemnização nestes casos.
Tenho dito, por hoje.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Restaurantes de Moura

Não sei se foi dos 42ºC que se sentiam em Moura, mas hoje deparei-me com esta placa de estrada original que me informou que se eu fosse em frente tomaria a direcção de Moura e de Restaurantes e que se eu virasse à esquerda iria na direcção de Amareleja e de Póvoa.
As perguntas que se colocam são:
– existirá uma povoação que se chama "Restaurantes"?
– estamos perante uma placa direccional e em simultâneo uma placa de informação turística e/ou gastronómica?
– não há restaurantes na Amareleja e na Póvoa?
– os restaurantes de Moura são melhores que os da Amareleja ou os de Póvoa?
– existe uma organização de proprietários de restaurantes de Moura que querem estragar o negócio aos da Amareleja?

(peço desculpa antecipadamente aos meus amigos de Moura... não foi por mal, ok?)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Abreviaturas, de novo

Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
Finalmente tenho uma imagem de "O.ro".
Graças a um amigo que gentilmente ma forneceu.
Já aqui destilei fel acerca de abreviaturas e as que menos suporto são as das Estradas de Portugal.
Mas faltava-me o "cromo" mais valioso. O de "O.ro". Quase tão valioso como o "V.le" (no mítico "Rib.ra V.le Fig.ra").
Há um "O.ro" no começo da Serra Algarvia (de quem vai na A2 a caminho no distrito mais a Sul do país) mas que nunca consegui fotografar.
"O.ro Cabeça" deve querer dizer "Outeiro de Cabeça" (
digo eu).
Eu acho que isto é um jogo que os
engenheiros gráficos do Instituto de Estradas de Portugal (o Inst.o Est.das de Port.al, como saberão) gostam que os condutores façam para passar o tempo morto ao volante das suas viaturas.
Um g.de ab.ço deste bl.er.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Condensado à pressão "tótil"

Quem me conhece sabe que me nascem borbulhas assim que vejo um tipo de letra condensado à pressão e que fico com ataques de pânico sempre que me deparo com uma imagem ou com um logótipo esticado ou encolhido matando as proporções originais entre largura e altura (o famoso "síndrome da falta da tecla shift").
Assim sendo, conseguirão facilmente imaginar a minha cara quando me confrontei com este "cartaz/catálogo de produtos" colocado no exterior do Modelo de Tomar onde tudo (mas tudo) foi condensado na largura aí uns 40% (para caber no suporte disponível). Não só o texto ficou todo esticado na altura como os produtos também. Deparamo-nos, por exemplo, com garrafas de vinho de 750ml a parecerem que têm, no máximo, 200ml de conteúdo.
E juro que não fui eu que condensei esta "coisa" no photoshop.
Gostava de conhecer o autor desta proeza para lhe dar um abraço.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O "Design City" errou


E não é que afinal o pendão do blog anterior dizia mesmo respeito à «repressão na Brasileira Chiado». As minhas desculpas por me ter enganado. O problema é que há tantas mensagens deste género mal escritas e/ou hierarquizadas que pensei que era mais uma. Por outro lado também há muitas concentrações que se fazem no largo do Chiado, o que só contribuiu para a confusão. Mea culpa.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Repressão na Brasileira

Chega de repressão na Brasileira do Chiado!!! Temos de acabar com o modo como os patrões tratam os trabalhadores da Brasileira do Chiado!!! Passo por lá muitas vezes e a repressão sente-se de um modo que incomoda!!! É por isso urgente estarmos todos presentes, amanhã, nesta concentração que, curiosamente, é no Chiado... É mesmo em frente à Brasileira para que os patrões vejam o protesto popular e não mais exerçam a repressão na cozinheira, no empregado de balcão e no empregado de mesa.
(E para a próxima que fizerem estes telões ou pendões a anunciar o que quer que seja leiam-nos antes de os colocar para ver se a construção frásica está feita de modo a que a mensagem passe sem dúvidas, tá?)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Coitada da Nucha

Não tenho grande admiração pela artista Nucha mas ela não merece o tratamento que teve neste outdoor.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Tudo a que temos direito

Dei de caras com este cartazete colado num poste, em Lisboa e acho que vou mesmo instalar todos os programas a que tenho direito. Ficam a menos de 1 euro cada um!!!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Adenda ao post anterior

Só um acrescento a quem duvida das intenções brejeiras do slogan do anúncio postado anteriormente: "gostamos delas pequenas". Acabei de ouvir o anúncio de rádio correspondente ao cartaz e o slogan final é: "para que você possa pôr a mão naquilo que realmente interessa".
Não sou um "diácono remédios" do design ou da publicidade mas acho triste esta malta arranjar umas bocas à Quim Barreiros para chamar a atenção para um produto (folhas de acelga para saladas) que não tem nada de sexual. É como publicitar um radiador erótico, um detergente lava-loiças sexy ou um supermercado lascivo.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Baby lover


Alguém quer comentar?
Se não quiserem também não me importo...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Vou levar-te comigo..."

Deixem-me partilhar convosco esta pérola de flyer de uma nova clínica que encontrei.
Por muito criativa que seja a mensagem: "de mão dada com a sua saúde" acoplada a uma radiografia de uma mão, só me consigo lembrar da imagem da ceifeira a cantar a velha canção dos Duo Ouro Negro: "vou levar-te comigo, vou levar-te comigo, vou levar-te comigo meu irmão, vou levar-te comigo".

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Provavelmente... o pior anúncio de televisão de todos os tempos

Tudo começa com um enigmático slideshow de fotografias de pessoas com um penso na testa (sendo que as fotografias são todas arranjadas em "bancos de imagens" e sendo que todos os pensos são descaradamente "colocados" no Photoshop).
Depois entra em cena uma senhora a limpar, com um pano, o pó que repousa numa estante.
Sai repentinamente, da estante, uma mal feita e artificial mancha de pó que faz a senhora espirrar e bater violentamente com a cabeça na prateleira.
E... finalmente: aparece a publicidade ao melhor produto de prevenção dos traumatismos cranianos: o Pronto!
Este anúncio já tinha passado há uns anos na televisão mas passeava-se tranquilamente no meu esquecimento. Só que ontem consegui vê-lo por duas vezes, com um intervalo de 3 ou 4 anúncios entre eles, e só podia vir parar aqui a este blogue!
É mau demais para ser verdade. Não é verdade, pois não? Este anúncio nunca foi feito e é apenas produto da minha imaginação fértil, certo?

terça-feira, 20 de abril de 2010

"Quando esse dia chegar, não lhe fales"

Finalmente uma campanha publicitária decente!
Textos do melhor que há em todos as peças da campanha.
Estejamos nós na fase pré-adulta, adulta ou eternamente jovem há sempre algo que nos diz qualquer coisa.
Uma lufada de ar fresco vindo das boas mentes criativas lusas.
(como podem ver neste blog não se diz só mal...)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Porque não?

O problema até pode ser meu, mas não consigo ver a relação entre um rapaz de costas a olhar para uma oliveira que está em contra-luz, a frase "ser tudo o que podemos ser, porque não?", o tipo de letra (Bauhaus) datadíssimo, a decoração vegetalista em desenho vectorial e o azeite Oliveira da Serra.
Será que para sermos tudo o que queremos ser temos de temperar e cozinhar com Oliveira da Serra e nós não sabíamos disso até vermos o anúncio?
Será que o rapaz está a ter uma visão (depois de ingestão de substâncias ilícitas) e é afinal um pastorinho do séc. XXI?
Conto com o vosso poder analítico para o esclarecimento da minha perplexa mente perante um momento aparentemente inspirado dos criativos deste exemplar de Mobiliário Urbano de Publicidade e Informação (MUPI).

Já agora: não é muppy nem muppies no plural. É mesmo MUPI uma vez que é uma sigla e é portuguesíssima.

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Joaquim


Vamos lá aliviar a tensão da discussão à volta da identidade da APD com esta pérola que me persegue há uns anos. Eu sei que é costume os posts versarem trabalhos profissionais (até porque não me dá assim muita satisfação criticar trabalhos amadores) mas este está a pedir-me para que eu o publique cada vez que passo por ele na mítica estrada em Cascais que liga o mítico McDonald's de Birre e o não menos mítico e recente Burger King.
Está à beira da estrada e a primeira impressão é que houve um acidente mortal nesse local e que os familiares da vítima, inconsolados com o sucedido, resolveram prestar-lhe uma última, singela e sentida homenagem. Tenho de confessar que cada vez que reparo nesta "coisa", e por breves instantes, ainda penso que seja isso.
Mas... um olhar mais atento (e os leitores podem clicar na imagem se fizerem o favor...) diz-nos que se trata afinal de publicidade do mais fino recorte: "Se quer ter um bom jardim, telefone ao Joaquim". Memorável, no mínimo...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

APD


Então vamos lá outra vez hoje falar de "brandings" e "rebrandings".
O assunto agora é o nova imagem da Associação Portuguesa de Designers.
O SB (Sebastião Rodrigues) desenhou a imagem da APD (a) em 1976.
Em 2010 a APD "rebranda" a sua imagem (b). Ver: http://apdesigners.org.pt/?p=623.
A APD alega que "Foi assim mantido parte do património tipográfico e cromático, remetendo directamente para o imaginário existente durante os 33 anos de história desta associação".
Na opinião de alguns (incluindo eu) não se pode fazer isto (por muito modernaço e giro que seja "comer" os olhos das letras). Citando José Brandão: Agride a lei geral do direito de autor (ver edição do CPD: Manual II, Design protegido, pág. 83) : "Os direitos de autor pessoais conferem ao designer (..:) assegurar a genuinidade e integridade desta, opondo-se à sua destruição, a toda e qualquer mutilação, deformação ou outra modificação da mesma (...)"».
Repare-se que nada tenho contra sobre mudar a imagem institucional do que quer que seja, qualquer que seja a razão que o motiva, mas se é oportuno mudar que se assuma verdadeiramente a mudança e os problemas autorais deixam de existir.

E finalmente... que coisa é aquela do lado direito?! Sim... aquela "Associação Portuguesa de Designers"?
Passo a explicar. Ela tem dois defeitos que me envergonham enquanto designer e enquanto professor de design:
1) usa aquele artifício típico de aprendiz de designer de reduzir as partes de informação que aparentemente não interessam (neste caso a preposição "de"). Caso não tenham ainda reparado o nosso olhar é atraído pelo que é diferente em minoria. Isto é: neste caso num ambiente em que 3 palavras estão compostas num mesmo corpo, se existir uma quarta palavra com um outro corpo – maior ou menor – esta palavra irá sempre destacar-se das demais.
2) a palavra "designers" foi apertada mais do que as restantes para caber no bloco justificado como se pode comprovar comparando "d" – onde o texto é todo composto com o mesmo espacejamento – com "e" onde se forçou mais o espacejamento na palavra. Dá até a sensação de que "designers" está num corpo menor (eu sei que somos uma classe pouco privilegiada mas não é preciso rebaixarmo-nos tanto).
Lamento ser tão contundente mas isto não é digno da associação que representa a minha classe profissional e da qual sou sócio.

sonae

É pá! Se calhar vão dizer que é inveja de não trabalhar deste modo... mas começo a ficar farto das empresas com montes de especialistas em ramos profissionais com inúmeros nomes ingleses que acabam em "ing", que cobram escandalosas fortunas e que para apresentar os seus trabalhos fazem uns videos pomposos com vozes hollywoodescas e empolgadas anunciando o novo Messias (http://www.youtube.com/watch?v=WYJdZQK_qO0) e cujo resultado final é... (não vou dizer). Um dos maiores motores económicos portugueses merecia isto?
Alguém tem alguma coisa a acrescentar?
(Só queria adaptar o slogan de Fernando Pessoa Primeiro estranha-se, depois entranha-se para Primeiro estranha-se, depois continua-se a estranhar, e no fim continua estranhíssimo.)
impressão minha ou a intenção de fazer uma coisa modernaça resultou numa coisa datadíssima?...)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Declaração de guerra ao Verdana

Chega! Não vou ficar mais calado!
E começo por corrigir o título deste post que deveria ser: "Declaração de guerra à má utilização do Verdana".
Como alguém (cujo nome não sei mas gostava muito de saber) disse : Não existem nem maus nem bons tipos de letra: existem é más utilizações dos tipos.
Já toda a gente sabe que a maioria dos designers têm dois grandes ódios de estimação: o Arial e o Comic Sans. O primeiro porque é um clone (e muito mal feito) do Helvetica e o segundo porque foi desenhado para balões de um personagem que era o cão da Microsoft (o Microsoft Bob) e é usado em situações muito diferentes das dos balões de banda desenhada (porque não dizê-lo: até nos convites oficiais feitos pela direcção do instituto onde lecciono para, por exemplo, a abertura solene das aulas...).

Permitam-me acrescentar o Verdana. E por razões semelhantes às do Comic Sans.
Mathew Carter (type designer e autor do Verdana) fez um trabalho excelente ao desenhá-lo. Estava a responder a uma encomenda da Microsoft e cujo objectivo era fazer um novo tipo adaptado ao ecrã e
, sobretudo, cuja legibilidade conseguisse resistir aos corpos pequenos, coisa que os tipos de letra comuns não faziam (pois não eram optimizados para a trama de pixels do ecrã).
Matthew Carter em vez de desenhar um tipo de letra sem restrições de desenho e que seria depois adaptado para os pixeis do ecrã (como a esmagadora maioria dos tipos existentes), teve a brilhante ideia de começar por desenhar as letras com pixels para depois as “embrulhar” com as necessárias curvas e formas típicas de um tipo de letra.
Matthew Carter conseguiu desenhar um tipo que se comportava muito bem nos
corpos mais pequenos (em ecrã, ok?). À medida que se aumenta o corpo, porém, começa a notar-se o seu verdadeiro desenho. Veja-se a imagem em tamanho real.
Impresso em papel então é inenarrável. Sejamos sinceros: o Verdana não é um tipo harmoniosamente desenhado. As suas curvas são grosseiras e muitas das partes da letra não combinam entre si. Não porque Carter não soubesse como desenhar formas harmoniosas, mas pela função a que se destinava.
O próprio nome começa a mudar à medida que se aumenta o corpo e criam-se dois segmentos de recta verticais: um antes e outro depois do V (isto é uma private joke para os meus alunos).

Portanto, o |V|erdana como tipo de letra oficial do Ikea não convence ninguém.
Espírito Ikea (diz o MUPI)?
Já tinha havido bastante polémica quando resolveram mudar o tipo Futura do seu famosíssimo catálogo
(tipo de letra marcadamente modernista e que reflecte bastante do espírito do mobiliário Ikea) para Verdana e eu estive caladinho. Agora é demais: Nos anúncios? Na sua comunicação oficial? No espírito Ikea? Deve ser um espírito "tosco" e desproporcionado, no mínimo.

Volto a dizer: Mathew Carter (coitado) não tem culpa nenhuma.
Sou grande admirador dele e é o autor do provavelmente único tipo de letra igualmente legível e elegante tanto em ecrã como em papel: o Georgia que é o deste parágrafo
(para quando uma versão do Georgia com Lining Figures, Mathew?!).
Viva Mathew Carter!
Fora quem não sabe utilizar bem o Verdana.

(e desculpem lá a extensão deste post...)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Avózinha: porque tens uns olhos tão grandes? Parte II


De volta à TMN campanha de saldos. Desta vez para mostrar um pormenor do MUPI da versão feminina, não só para ilustrar os comentários de fcbmatos e de José Fonseca mas para demonstrar ao "anónimo" que me pergunta: «"campanha vergonhosa"?, não está a exagerar?» que não só é vergonhosa como é horrenda.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Avózinha: porque tens uns olhos tão grandes?

Três considerações:
  • A TMN fez uma das campanhas mais marcantes de 2009, com a mesclagem duas a duas de pessoas conhecidas. Goste-se ou não, foi uma campanha bem orquestrada e original e ainda paira na memória das pessoas. Qual a necessidade de "manchar" a sua imagem fazendo esta campanha "horrenda" no início do ano?
  • Quem disse aos senhores da TMN que em publicidade basta chamar a atenção? Isso só não chega, como todos saberão...
  • E que raio de "grandes saldos" são estes? Um telelé custava 149,90€ e agora custa 129,90€? Um desconto de uns míseros 15%!!! Que é isso, pá?!?
(resposta ao título deste post: "minha netinha, tenho uns olhos assim tão grandes porque é um truque manhoso que se faz com o Photoshop em 3 minutos, e porque não tinha mais nenhuma ideia para fazer com que reparasses em mim de um modo em que não conseguisses perceber que afinal os 'Grandes Saldos' que eu estou a apregoar são, afinal, uma grande treta")