
É mais ou menos consensual que o Metro de Lisboa tem uma boa identidade gráfica [1]. Desde o logo até à sinalética, passando pelos diagramas da rede, fazendo sempre um bom uso de um bom tipo de letra exclusivo e dos seus pictogramas originais.
Hoje reparei (acho que pela primeira vez) nos pictogramas colocados no início de uma escada rolante (no Cais do Sodré, já agora, e depois na estação Baixa-Chiado [2]) e decidi retomar este blogue, há muito abandonado.
Não morro de amores pelos de obrigação (de fundo azul), mas os de proibição obrigam-me a fazer aqui uma interpretação deles (ou de alguns).
Vejamos:
[3] e [4] – Estes são os mais tranquilos. Tenho apenas a dizer que no primeiro os dois senhores estão um bocado incomodados por estarem tão juntinhos, tanto que um deles apoia o pé onde não deve. No segundo temos uma publicidade camuflada à marca de calçado "croc".
[5] – Este pictograma é revelador: diz-nos que pessoas pequenas (se calhar crianças) com a cabeça muito grande e que tenham uma espécie de plataforma (ou almofada) por baixo dos seus traseiros não se podem sentar nos degraus da escada rolante. Provavelmente se retirarem a almofada já se poderão sentar… fica a dúvida.
[6] – Definitivamente o melhor de todos. Ele é um típico "dois-em-um" e diz-nos que:
a) senhoras que tenham saias muito compridas, que levitem ligeiramente e que tenham os seus dois membros superiores muito diferentes um do outro não se devem encostar à escada (o "modelo" deste pictograma, aliás, deve ter sido protagonista de uma cena destas: o seu vestido entalou-se no mecanismo da escada rolante e chegou ao fim da escada com um dos braços com várias fracturas expostas – daí ter os braços diferentes).
b) por fim, todas as pessoas pequenas (ou serão crianças?), que tenham um alto nas costas e uma das pernas extremamente comprida, não se podem sentar em cima do corrimão.