sábado, 13 de fevereiro de 2010
APD
Então vamos lá outra vez hoje falar de "brandings" e "rebrandings".
O assunto agora é o nova imagem da Associação Portuguesa de Designers.
O SB (Sebastião Rodrigues) desenhou a imagem da APD (a) em 1976.
Em 2010 a APD "rebranda" a sua imagem (b). Ver: http://apdesigners.org.pt/?p=623.
A APD alega que "Foi assim mantido parte do património tipográfico e cromático, remetendo directamente para o imaginário existente durante os 33 anos de história desta associação".
Na opinião de alguns (incluindo eu) não se pode fazer isto (por muito modernaço e giro que seja "comer" os olhos das letras). Citando José Brandão: Agride a lei geral do direito de autor (ver edição do CPD: Manual II, Design protegido, pág. 83) : "Os direitos de autor pessoais conferem ao designer (..:) assegurar a genuinidade e integridade desta, opondo-se à sua destruição, a toda e qualquer mutilação, deformação ou outra modificação da mesma (...)"».
Repare-se que nada tenho contra sobre mudar a imagem institucional do que quer que seja, qualquer que seja a razão que o motiva, mas se é oportuno mudar que se assuma verdadeiramente a mudança e os problemas autorais deixam de existir.
E finalmente... que coisa é aquela do lado direito?! Sim... aquela "Associação Portuguesa de Designers"?
Passo a explicar. Ela tem dois defeitos que me envergonham enquanto designer e enquanto professor de design:
1) usa aquele artifício típico de aprendiz de designer de reduzir as partes de informação que aparentemente não interessam (neste caso a preposição "de"). Caso não tenham ainda reparado o nosso olhar é atraído pelo que é diferente em minoria. Isto é: neste caso num ambiente em que 3 palavras estão compostas num mesmo corpo, se existir uma quarta palavra com um outro corpo – maior ou menor – esta palavra irá sempre destacar-se das demais.
2) a palavra "designers" foi apertada mais do que as restantes para caber no bloco justificado como se pode comprovar comparando "d" – onde o texto é todo composto com o mesmo espacejamento – com "e" onde se forçou mais o espacejamento na palavra. Dá até a sensação de que "designers" está num corpo menor (eu sei que somos uma classe pouco privilegiada mas não é preciso rebaixarmo-nos tanto).
Lamento ser tão contundente mas isto não é digno da associação que representa a minha classe profissional e da qual sou sócio.
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Realmente, aquilo mais parece um autocarro, e tão feio que a mim não me metem a viajar dentro dele. Se a própria instituição que dá nome aos designers no nosso país, tem uma identidade corporativa daquelas ... não obrigado. Aquilo é suposto mostrar o que se faz cá de bom. Se é aquilo o melhor que a classe de designers de Portugal consegue fazer, prefiro fazer parte de uma classe minha de designer. Tenho pena.
ResponderEliminarTSR - DTAG
É pena que uma associação com o renome da APD faça algo assim. Se queriam "comer os olhos" as letras, ao invés de alterarem a font original deveriam ter usado uma já assim de origem. Existe uma, não me recordo é do nome.
ResponderEliminarTalvez o melhor seria fazer os senhores da APD ver o que fizeram. Um post deste blog já é um começo, mas se os associados se juntarem talvez façam a associação ver onde errou ao apresentar isto como um rebranding que se quer sério.
"Considerou-se essencial manter viva a memória e o legado do designer Sebastião Rodrigues, autor do logótipo da APD em 1976, na qualidade de um dos seus sócios fundadores. Foi assim mantido parte do património tipográfico e cromático, remetendo directamente para o imaginário existente durante os 33 anos de história desta associação.
ResponderEliminarEste rebranding visa desenvolver uma linguagem gráfica apelativa e dinâmica, através da adopção de elementos gráficos que reportem às referências gráficas actuais, e que se adaptem ainda às diversas realidades que possam surgir."
Tanta coisa para depois não fazerem nada no logótipo.
1. Manter um legado, bem simplesmente não o fizeram. Assassinaram por completo uma suposta transição do antigo logo para o novo.
2. Manter 'parte' do património tipográfico é meia verdade visto que parte do A e do P ficaram para trás. E já agora porque não o fizeram no D? Até me admira o terem feito também.
3. Os senhores já alguma vez ouviram falar de grelhas?
4. O tratamento do texto foi feito onde? No Word? A forma como foi tratado é vergonhoso.
5. Porque não por o texto todo em caixa-alta? Se o objectivo não fosse o de impor uma clara legibilidade, dava um ar sério e de importância e mantinha também tudo alinhado. Assim temos: caixa-alta com caixa-baixa e depois ali aquele 'de' que se destaca. Tudo junto dá um resultado de tudo 'solto'. Com a caixa-alta era só dar um cheirinho de espacejamento entre os caracteres e ficava tudo mais coeso.
Ilação final: mais valia estarem quietinhos.
É isso aí Zé, dá-lhes nas orelhas hehe.
ResponderEliminarGeralmente apareço como anónimo "TSR - DTAG", porque não sabia meter o meu nome aí. Now I got it right.
Acho que seria uma boa ideia abrirem um concurso público aos designers, para apresentarem propostas melhores para o logo da APD, é que realmente está uma vergonha. Mesmo assim, desses todos que aí estão, continuo a preferir o primeiro deles todos.
ResponderEliminarFica aí a proposta no blog.
Luís, vi hoje este teu comentário e suspirei de alívio! Porque alguém tornou público aquilo em que eu andava a pensar desde que me disseram que ia receber um cartão com a nova imagem da APD...
ResponderEliminarPara além dos pormenores de que falas, que não são assim tão pormenores como isso (e também eu passo o tempo a dizer estas coisas aos alunos), nada naquele imagem faz sentido! Qual é realmente a mais valia da nova imagem? Ah, afinal fazer design gráfico de qualidade é fácil, basta aplicar uns "truques fixes" tais como preencher os espaços internos das letras. É isso que confere contemporaneidade à imagem!...??? Já para não falar da total falta de ética profissional que é alterar um trabalho feito por outro designer...
Quero ficar com o meu cartão antigo!!! Ou desisto de pertencer a uma associação que nesta história toda dá a ideia de não ter a menor noção daquilo que deve defender?...
Para terminar quero dar-te os parabéns por este blog que tenho tentado divulgar junto dos meus alunos.
Teresa Olazabal Cabral
.../...
ResponderEliminarEste rebranding visa desenvolver uma linguagem gráfica apelativa e dinâmica, através da adopção de elementos gráficos que reportem às referências gráficas actuais, e que se adaptem ainda às diversas realidades que possam surgir.
Acho que têm toda a razão acreditam que a imagem que redesenharam corresponde …. às diversas realidades que possam surgir.
Se calhar é assim.
Ao discurso claro e limpo da APD do Sebastião Rodrigues com a carga cultural de quem se faz notar por falar baixinho e discreto, contrapõem-se a péssima tipografia e uns pedaços de letra que mais não são que a expressão viva do nível cultural de quem a alimenta e dá vida, para além da sua intimidade.
E o que é mais grave fazem-no cheios de convicção.
Isto não é só a tontaria dos meninos é a menoridade cultural fruto de uma formação apressada e sem referências.
O helvética do ICOGRADA mantém-se porque “eles” não têm de demonstrar a ninguém as suas habilidades preocupam-se isso sim, é com o nível das prestações dos seus associados com as informações e formações, para cada vez mais elevarem e qualificarem os níveis das suas competências nas intervenções profissionais do seu quotidiano.
Por favor recuar é não só inteligente como a demonstração de que este país ainda conserva a lucidez capaz de fomentar o progresso com qualidade.
Lisboa, 19 de Fevereiro de 2010
Luis Carrôlo
sócio 7
Engraçado serem os sócios que puseram a APD na lama virem agora acordar e reclamar de uma mudança de logotipo. Devem pensar que a história do design (e da APD) não é conhecida por muitos dos designers portugueses. Se queriam manter as coisas como eram nos anos 70, 80 e 90 tivessem candidatado-se a eleições e assim ficava tudo na mesma como a lesma como gostam.
ResponderEliminarAnónimo disse...
ResponderEliminarQuando escasseia argumento fica-se anónimo e insultuoso.
Parabéns é a estes anónimos que a APD está entregue.
Ficam? os resultados.
Luis Carrôlo
sócio 7
Concordo com o último comentário.
ResponderEliminarE só tenho duas palavras para designar isso. Ignorância e cobardia.
Estou a tentar perceber estes últimos comentários... agora quem discorda de uma opinião é cobarde? é ignorante? tenham lá calma sim?
ResponderEliminarConcordo... em parte, quem sabe, sabe... uma vénia ao mestre :).
No fundo a imagem da associação não está bem, essa é a grande conclusão. Mas se pensarmos na imagem do GRANDE Sebastião Rodrigues, também não está grande coisa... (o Sebastião é um génio), mas enfim, não lhe correu assim tão bem...
Quanto ao redesenho da marca, é vergonhoso sim.
Não representa condignamente os designers portugueses, não revela preocupação no desenho, não traduz excelência.... As marcas contribuem para a excelência das organizações.
É portanto uma marca sem identidade, sem "poética".
Quanto ao resto? Permitam-me discordar. Comer os olhos das letras pode até ser um atentado (quando mal feito), mas pode também significar carácter, estilo, ou apenas uma tentativa de desenhar formas segundo um propósito de um tempo e de um lugar...
A proposição, e para não me estender muito... se a rodasse, acha que teria a mesma importância? sei lá!.... não há verdades absolutas :)
corrigo proposição para preposição.. ups :)
ResponderEliminar..... Engraçado serem os sócios que puseram a APD na lama virem agora acordar e reclamar de uma mudança de logotipo.....
ResponderEliminarÁ, esta prosa é um comentário?
Não tomemos a núvem por Juno.
Insisto...é claro que a do Sebastião é melhor que estes exercicios de má qualidade.
Depois alterar o logo, deve ser uma decisão colectiva que elege uma comissão que delibera, decide e comunica.
De certeza que o disparate que está aqui em cima será mais atenuado ou inexistente.
...Quanto ao redesenho da marca, é vergonhoso sim.
Não representa condignamente os designers portugueses, não revela preocupação no desenho, não traduz excelência.... As marcas contribuem para a excelência das organizações.
É portanto uma marca sem identidade, sem "poética".
Quanto ao resto? Permitam-me discordar. Comer os olhos das letras pode até ser um atentado (quando mal feito),....
Decida-se em que fica?
Luis Carrôlo
sócio 7
Só para esclarecer: o anónimo do dia 1 de março não é o mesmo anónimo do dia 14...
ResponderEliminarNão me quero decidir por nada, apenas dei a minha opinião... que para o caso pode significar NADA... estou-me nas tintas...
As discussões não servem para vencer mas para progredir.... tenho dito!
É verdade que pretendemos progredir, mas será progredir, opiniões de pessoas anónimas, que nem se identificam, e vêm aqui despejar o que lhes apetece?
ResponderEliminarTudo o que é bom para evoluir, venha, é o que se quer e se pretende, mas se querem evolução ao menos sejam transparentes.
O anonimato, é uma defesa muitas vezes, mas isto é apenas um blog onde pessoas com consciência, falam.
ANONIMATO, AQUI, É COBARDIA. (noutros sítios veículos de crime, para encobrirem e fazerem o que lhes apetece)
Respondendo à primeira pergunta... penso que sim, que se progride com opiniões de pessoas anónimas (não quero ter nome, não quero ter rosto, quero aprender e ensinar). E não despejei, normalmente penso antes de escrever o que quer que seja.
ResponderEliminarSe o grande mestre deste blog me excluir de dar opinião... aí sim, não voltarei cá.
Se reler o meu texto, verá que sou a favor da opinião livre, e da colaboração ao nível de informação.
ResponderEliminarE penso que esse processo, para funcionar, é feito com transparência.
Estamos a falar da ADP, e não ali do Jardim Escola da Ti Maria.
Tudo o que for de bom numa opinião, é óbvio que se quer, mas o anonimato, muitas vezes é veículo de criminosos cobardes.
Há o direito a ele? Claro que há, fique de sua consciência, se quer fazer um bom papel, e não implica que não o faça sendo anónimo.
Escrevi isto seguindo o comentário do sócio 7 que até concordo com ele.
"Quando escasseia argumento fica-se anónimo e insultuoso.
Parabéns é a estes anónimos que a APD está entregue.
Ficam? os resultados."
Não gosto de censura, mas também não gosto de gente malandra que empata o trabalho aos outros, não o deixa fazer, e o que faz não vale nada.
Só para esclarecer uma coisinha: a maravilha dos blogues é poder dizer o que se pensa. É a liberdade de expressão no seu melhor. Mesmo a dos anónimos. Não me sinto bem a excluir opinião alguma. As "bocas" e as palavras "mais fortes" ficará com quem as proferir.
ResponderEliminar"All the best" aos entusiastas participantes.
Claro, até porque a junção dessas opiniões, provoca evolução, quando bem canalizada a informação.
ResponderEliminarÀs vezes posso parecer um bocado duro, mas não tenho como objectivo abafar a opinião de ninguém.
Só queria demonstrar um ponto de vista, porque já ando pela net praticamente desde que ela existe e já fui fustigado por anónimos, usando-se do seu anonimato como veiculo criminoso, e não para entendimento.
Liberdade de expressão, sempre.
PS: Obrigado ao professor Luis Moreira pela criação deste blog, e a quem participa.
Também por vezes é criminosa a crítica inconsequente, aquela que transcende a liberdade de expressão para ser usada como arma para atingir pessoas e organizações cobardemente.
ResponderEliminarAfinal, a crítica ao logotipo pretende o quê? E criticam a direcção da APD ou a própria APD?
Por acaso nos anos 90 estive perto da APD e posso afirmar que o que o 1º anónimo acima afirma está bem perto da verdade. E se formos a ver a APD esteve em risco de desaparecer aós 95 por ausência de sócios com a devida capacidade para tomarem o rumo. E antes de 95 já andavam tremidas as coisas.
Paulo Grifo
Eu não sou sócio da APD, venho aqui, para partilhar conhecimento.
ResponderEliminarO post foi aberto, e os argumentos foram lançados. A partir daí, começou a criticar-se, como designer. Há boa informação, e há palha, como em tudo.
E a opinião geral dos designers que aqui vêm, sendo sócios ou não, é que o resultado do logótipo não é satisfatório.
Respostas anónimas a dizer-me para me candidatar a eleições, isso não é nada.
E teve a resposta que mereceu.
Estou aqui para partilhar informação duma forma saudável, fui apanhado no meio disso, e disse o que achei que deveria dizer.
O homem lá podia ter a sua razão, mas as suas palavras, pediram as respostas que lhe deram. E não há que levar isso a mal, só há que compreender.
Tenho muita pena que a APD possa ter passado tempos maus, falta de sócios etc, mas quem lá está tem que lutar por isso, e ninguém os obriga a ir para lá, vão porque querem.
A censura, não veio da parte do pessoal que vem aqui partilhar informação.
A reacção, foi natural, era um anónimo.
Haja bom senso, e acabe-se com esta idiotice sff.
Queremos é falar de design e evoluir, como pessoas conscientes sem censura.
Peace, Love & Marijuana =)