quarta-feira, 7 de abril de 2010

Porque não?

O problema até pode ser meu, mas não consigo ver a relação entre um rapaz de costas a olhar para uma oliveira que está em contra-luz, a frase "ser tudo o que podemos ser, porque não?", o tipo de letra (Bauhaus) datadíssimo, a decoração vegetalista em desenho vectorial e o azeite Oliveira da Serra.
Será que para sermos tudo o que queremos ser temos de temperar e cozinhar com Oliveira da Serra e nós não sabíamos disso até vermos o anúncio?
Será que o rapaz está a ter uma visão (depois de ingestão de substâncias ilícitas) e é afinal um pastorinho do séc. XXI?
Conto com o vosso poder analítico para o esclarecimento da minha perplexa mente perante um momento aparentemente inspirado dos criativos deste exemplar de Mobiliário Urbano de Publicidade e Informação (MUPI).

Já agora: não é muppy nem muppies no plural. É mesmo MUPI uma vez que é uma sigla e é portuguesíssima.

11 comentários:

  1. Ainda não tinha visto este MUPI, mas sim outros. Este 'tá muito esquisito. A meu ver a proporção do rapaz não está muito coerente. Não sei, parece-me errada. O facto da luz tapar o horizonte, atrapalha o sentido de profundidade.
    Aquela aparição (a luz) lá ao fundo é suposto ser o quê, o Deus azeite Oliveira da Serra? Mostrando todo um esplendor e a sua supremacia? É que se for como a cena do 'pop-up' não vale a pena, por experiência própria aquilo faz uma sujidade desgraçada e babugem a escorrer pela garrafa e não é ergonómico.
    Os desenho vectorial até 'tá bem desenhado e até é engraçado, mas como foi dito, também não vejo a ligação com o resto.
    Também gosto do O, mas está gigantesco.
    Deviam ter arrumado melhor as coisas.

    Abraço

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  2. "O desenho de cartazes é um caso
    amoroso".Per Arnoldi

    O cartaz é um exercício de comunicação, um pretexto para construir beleza.
    Citando Pessoa: "Ah! Poder ser tu, sendo eu!/ Ter a tua alegre inconsciência, / E a consciência disso! Ó céu! / Ó campo! Ó canção! ....

    Oliveira da Serra, marca portuguesa... de Portugal, portanto.
    O país que tanto evoca a saudade, afecto às coisas e aos lugares, que denuncia constantemente a sua a genuinidade...
    Este “poder ser” compreende a lembrança do passado, do ser genuíno, da singularidade, dos grandes feitos, do que fomos e da possibilidade de voltarmos a ser.
    “voltarmos a ser”, uma experiência do real para um estado virtual de plena liberdade, a existência de uma nova criação (compreenda-se o Oliveira da Serra).

    Para concluir, as representações de um cartaz (que pode não ser o caso) passam para além de uma promoção simples ao consumismo. São sim, uma provocação ao sentimento, uma relação com o desejo, um estilo de vida.

    .... continuo mais à frente :)

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  3. ...é verdade, obridado pelo "Mobiliário Urbano de Publicidade e Informação", não sabia! e pela possibilidade de mais uma boa e sonora gargalhada.

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  4. Isto de se chutar bolas sobre o cartaz ou o logotipo para o pinhal qualquer um sabe fazer, e os meios digitais são dados a esse facilitismo de crítica. É fácil falar mal, difícil é criticar bem.

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  5. LOL, gostei da alusão aos pastorinhos hehe.

    E realmente tem um pouco a ver com isso penso eu, a essência do ser. Na imagética damos cada vez mais mensagem, a luz é essa essência do ser, dum modo contemplativo.

    Baseia-se tudo no ser, e rodeia-se o contexto à sua volta. Ser, é luz. Este ponto está definido.

    Agora o resto.
    Também penso que os florais, andam muito usados, e dão um aspecto demasiado comercial.

    Tornou-se moda, parece a invasão arte nova século 21. Há quem use bem estes brushes de photoshop, mas já faz um bocado de impressão, não sendo bem aplicados.

    O tipo de letra, já que usaram aquela, vou optar por ver duma lógica construtiva, mesmo que quem o tenha feito não tenha tido esta visão ... se se fala do ser, e criatividade, o que melhor pode haver que a Bauhaus? Pode ser que se queira transmitir uma lógica, isso é que é verdadeira comunicação.

    Se não foi com esse intuito, poderiam ter usado tipos de letra muito melhores, my opinion.

    Muito pessoal não tem bem consciência do poder da mensagem, e não desenvolvem as coisas explorando todas as leituras possíveis que possam dar, sejam conscientes ou inconscientes ... pelo menos é o que eu vejo.

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  6. Para o Santa RIta - Este tipo de letra é uma variante da Blippo e chama-se Bauhaus 93. Se bem que aqui poderia ser uma delas.
    Herbert Bayer, desenhou a 'Universal', daí sim podem surgir estas variantes. Com influêcia da Kabel e da Futura (esta última inspirada na dita Universal de Bayer).

    Abraço

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  7. Ah não me interpretes mal. Só queria dizer que isto não "é" Bauhaus. :P

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  8. Eh pah, obrigado Zé. É sempre bom saber mais alguma coisa bacana. :)

    Abraço man. :)

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  9. Lembrei-me das aulas de Ergonomia, quando falámos da "Tipografia: Uma Cronologia", acerca da Futura, tem lá essa pequena achega. :)

    Ptt.

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  10. Penso q a tipografia é a Chalet

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  11. Chalet da Housei Industries? Não me parece pelo facto de os terminais do 's's aparentarem ser um pouco mais curvos assim como o 't'; o travessão do 't' também parece ser oblíquo e na chalet termina recto.
    Penso eu de que...

    Cumps

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